Tireóide e o Olho
“Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas, se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!
(Evangelho segundo Mateus, 6:22-23).
Um olhar médico atento ao grande afresco de Michelângelo na Capela Sistina percebe, dentre outras condições patológicas, uma figura feminina com sinais muito sugestivos de Orbitopatia Tireoideana (OT), como retração palpebral, edema de tecidos perioculares e proptose (deslocamento anterior dos olhos). É muito possível que seja uma representação de Santa Mônica, em uso de turbante e com tom de pele sugestivo de origem do norte da África (antiga Numídia, região da atual Argélia).
A OT é uma doença inflamatória orbitária auto-imune, geralmente associada a alteração da função da glândula tireóide. Os sintomas oftalmológicos podem preceder, acompanhar ou suceder a disfunção tireoideana. O quadro pode se manifestar desde retração palpebral até condições dramáticas de exposição ocular com lesão corneana ou dano compressivo ao nervo óptico.
Assim, a avaliação do oftalmologista é importante tanto para o diagnóstico como para o seguimento de pacientes com doenças da tireóide!