Embora a princípio não pareça, a coloração das lentes pode indicar outras propriedades, além do aspecto cosmético. Nesse tópico falaremos sobre os filtros medicinais e suas principais aplicações.
Alguns dos fatores controlados pelo uso de lentes filtrantes incluem:
Ofuscamento (ou glare): é o principal efeito adverso da luz sobre o sistema visual e pode levar ao desconforto visual com cefaleia, cansaço, ardor ocular, lacrimejamento e blefarospasmo, ou mesmo ao comprometimento da qualidade de visão, devido ao menor contraste da imagem pela maior dispersão da luz.
Visão de cores: a maioria dos defeitos de visão de cores adquiridos são defeitos do eixo amarelo-azul, enquanto os defeitos hereditários mais comuns são do eixo verde-vermelho.
Sensibilidade ao contraste: o uso de determinados filtros podem melhorar o desempenho visual pela melhora da percepção de contraste.
Dentre as características físicas das lentes, destacamos como pontos importantes a considerar:
Transmitância: é o quanto de luz passa de um lado ao outro da lente. Lentes claras, com 75-85% de transmitância, como a rosa, podem ser empregadas para diminuir o ofuscamento; com transmitância de 50% são muito escuras para uso em ambientes internos e não suficientemente escuras para ambientes externos; com 15-20% de transmitância são empregadas para óculos solares adequados para direção de veículos por pessoas sem problemas visuais e filtros com transmitância menor que 8% não devem ser empregados para direção segura; é importante frisar que para direção noturna, transmitância menor que 80% não deve ser utilizada.
Coloração: embora seja indicativa do tipo de filtro, não é garantia de que se trata de filtro efetivo. Embora o filtro possa apresentar coloração, nem toda lente colorida é filtro medicinal. Em linhas gerais, lentes de tons cinza alteram menos a percepção das cores, pois têm transmitância constante ao longo de todo o espectro visível da luz; as lentes marrons absorvem seletivamente a porção azul do espectro visível e aumentam a sensação de contraste e as lentes verdes absorvem a luz vermelha e azul, portanto têm máxima transmitância para o verde do espectro. Lentes de cores vermelha, laranja e amarela absorvem a luz de curto comprimento de onda, têm maior transmitância para os componentes vermelho e amarelo e aumentam o contraste, porém alteram a percepção das cores; lentes amarelas são usadas para dirigir à noite e, com transmitância de 80%, reduzem ofuscamento, mas diminuem a visibilidade noturna. Lentes vermelhas reduzem fotofobia e a dificuldade para adaptação no escuro de portadores de determinadas deficiências de visão de cores.
As lentes fotocromáticas ou fotossensíveis filtram a luz UV e também a infravermelha e, automaticamente, ajustam-se à luz, propiciando mais conforto. O escurecimento e o clareamento dependem da temperatura ambiente e da intensidade da exposição UV, sendo que com maior exposição UV e menor a temperatura, a lente fica mais escura e o escurecimento é mais rápido.
O uso de filtros medicinais pode melhorar o desempenho visual em determinadas atividades e propiciar melhor visão e maior conforto em pacientes portadores de doenças oculares e baixa visão.
Consulte o seu oftalmologista!
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