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O Olho artificial de Shahr-e Sūkhté (“Cidade Queimada”) e uma antiga compreensão teórica de como funciona a visão
A equipe de arqueologia da cidade iraniana de Shahr-e Sūkhté (em persa: Cidade Queimada), supervisionada pelo Dr. Seyed Mansour Seyd Sejjadi, fez uma descoberta significativa em 2007. Nesta escavação, eles descobriram o olho artificial mais antigo do mundo que pertencia a uma mulher de 28-32 anos (Fig. A). O olho artificial, descoberto em uma sepultura antiga, estava na órbita esquerda da mulher. A equipe de arqueologia estimou a idade do olho entre 2900 e 2800 a.C. Este olho artificial deve ser considerado como a primeira prótese ocular na história médica. A princípio, parece que projetar o olho estava associado a aspectos estéticos. Em outras palavras, pode ser considerado como uma prótese ocular para embelezar ainda mais o portador, que provavelmente era uma mulher rica e de alto nível socioeconômico. As seguintes razões confirmam a hipótese. Primeiro, o olho artificial foi descoberto em seu suposto lugar, ou seja, a órbita esquerda da mulher. Pode-se dizer que o olho artificial foi considerado como órgão do corpo do dono, compensando sua deficiência (ausência do olho esquerdo). Segundo, o desenho do olho era uma cópia da anatomia para manter sua aparência natural, já que, como um olho natural, ele tem uma superfície convexa e uma característica esférica (o olho artificial é hemisférico); o olho tem um círculo menor no centro que, na verdade, representa a córnea; existem manchas brancas na conjuntiva que provavelmente são cópias de um olho natural puramente branco; verificou-se que havia fios dourados no interior do olho, concebidos como capilares finos, o que mostra a familiaridade dos artesãos com a anatomia ocular (Fig. B).
No entanto, há mais pontos sobre esse olho artificial que implicam que, além dos aspectos estéticos, o design do olho indica a presença do pensamento sobre o significado e o estado de visão.
Este olho artificial possui características além de apenas uma imitação. Existem linhas que não podem ser vistas em um olho natural e as mais importantes são oito linhas radiais regulares, tiradas do centro do círculo menor (córnea) (Fig. B). O que os raios regulares, lembrando-nos dos raios solares, indicam? A interpretação dos raios, particularmente porque eles são institucionalizados em um olho artificial, é a mesma semelhança com os raios solares. Parece que o olho artificial não está completo sem os raios e não haveria um olho a menos que houvesse luz e brilho. Obtemos a capacidade de ver quando o sol brilha. Deve-se levar em conta que durante algum tempo houve uma crença (teoria da Emissão) afirmando que a visão está associada à luz que emana do olho para os objetos. O significado da luz para a visão foi tão destacado que, além de manter a forma natural, os projetistas estabeleceram esse conceito físico no olho artificial, o que novamente é uma evidência de seu conhecimento da anatomia ocular e da questão da visão, especialmente sua física. Temos uma forte prova dessa alegação em uma pequena taça datada de 5.000 anos atrás, encontrada na Cidade Queimada em 2004 e mantida no Museu do Irã Antigo (Fig. C). A imagem de uma cabra é desenhada em episódios consecutivos através dos quais ela se move em direção a uma árvore e começa a comer as folhas (Fig. D). Em um modelo reconstruído, as imagens formam uma animação em uma revisão rápida. O supervisor da equipe de pesquisa da Cidade Queimada, Dr. Sajjadi, acredita que esta é a primeira animação descoberta do mundo.
Considerando a nossa perspectiva, a animação é uma imagem em movimento e é, na verdade, reconstrução e criação de movimento. A criação de uma imagem em movimento inclui algumas imagens detalhadas, cuja combinação consecutiva fornece uma imagem animada; entretanto, isso requer um novo olhar para o mundo ao redor que parecia ser alcançado pela civilização da Cidade Queimada. Ao considerar a referida tigela e o olho artificial em combinação, pode-se afirmar que um tipo de teoria estava sendo formada na “visão” na Cidade Queimada. Era uma teoria refletida como raios de luz no primeiro olho artificial do mundo. A profundidade da teoria ou o ponto de saber se o significado e o papel do cérebro à vista também foram descobertos requer mais escavações arqueológicas e pesquisas nessa região do Irã.
Um estudo recente suporta a idéia de que atividades externas ao ar livre reduzem o risco de miopia em crianças. Pesquisadores de Taiwan recrutaram 693 crianças do primeiro grau escolar, 267 das quais foram encorajadas a dispender até 11 horas por semana de atividades ao ar livre durante as aulas; as crianças restantes mantiveram suas atividades regulares. Após 1 ano, a exposição à luz solar reduziu significativamente a progressão da miopia, o alongamento do olho e diminuiu o risco de rápida progressão da miopia em 54%, em crianças míopes e não-míopes. Os autores propõem que programas escolares, tanto com breves períodos de exposição à intensa luz solar, quanto longos períodos à moderada luz solar podem ajudar a prevenir a miopia; porém, mais pesquisas são necessárias, à medida em que este estudo foi limitado por diversas variáveis.
(Ophthalmology, Agosto 2018)
Este estudo revela as contribuições conjuntas de fatores genéticos, estilo de vida e dietéticos na progressão da DMRI a longo prazo. Usando dados de 2 estudos populacionais, investigadores identificaram 835 participantes com susceptibilidade genética à DMRI e doença em estádio inicial. Questionários foram distribuídos no exame inicial e nas visitas de acompanhamento ao longo de 10 anos. A análise revelou um aumento do risco de progressão da DMRI entre indivíduos com escores de alto risco provenientes de 3 fatores modificáveis: hábito de fumar, consumo pouco freqüente de peixes e baixa ingestão de luteína-zeaxantina. Pesquisadores também encontraram um efeito sinergético entre a genética e os fatores modificáveis, indicando que estilos de vida saudáveis podem desacelerar a progressão da doença naqueles indivíduos com risco inerente para a doença.
(Ophthalmology Retina, Julho 2018)
Nesta série de casos retrospectiva, pesquisadores examinaram o efeito dos protocolos de injeção intra-vítrea na incidência de infecção intra-ocular (endoftalmite). Eles encontraram uma incidência 7 vezes menor de endoftalmite quando o colírio de iodo foi reaplicado após a inserção do blefarostato e antes da injeção, comparado com a não-reaplicação de colírio. Uso de luvas, classe da droga ou uso de compasso para marcar o local da injeção não apresentaram nenhum efeito. Prevenindo o contato da pálpebra com o local da injeção após a aplicação final de colírio de iodo aumenta a segurança da injeção intra-vítrea, concluem os autores.
Esses dados reforçam a necessidade de atentar para profissionais e locais que realizem o procedimento em ambiente adequado, obedecendo os princípios de anti-sepsia e assepsia, tendo-se em vista a gravidade da endoftalmite.
(Ophthalmology Retina, Junho 2018)
Pesquisadores identificaram fatores prognósticos da acuidade visual (AV) após terapia anti-VEGF para DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade) neovascular. Participantes foram distribuídos aleatoriamente para tratamento de 2 anos com ranibizumab ou bevacizumab mensal ou regime de dosagem quando necessário, seguido de tratamento baseado no julgamento clínico. Cinco anos após o tratamento inicial, a AV foi pior entre os participantes com certos fatores no exame inicial: baixa AV, grandes lesões neovascularizadas da coróide, elevação do epitélio pigmentar da retina, ausência de fluido subretiniano ou tratamento inicial com ranibizumab. Resultados foram piores entre homens e fumantes.
(Ophthalmology Retina, Junho 2018)
Entre os dias 28 e 30 de abril ocorreram o XXVI Congresso Internacional de Oculoplástica (CIOP) e o V Congresso Internacional de Estética Periocular (CIEPO), promovidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO).
O Dr. Nilson participou como Discutidor na Sessão de Blefaroplastias e como Palestrante com o tema: Como evitar e corrigir complicações na cirurgia de ptose palpebral por via anterior.
Na mesma ocasião foi lançada a publicação oficial da SBCPO, o livro “Estética Periocular” (Editora Cultura Médica), que aborda os principais temas da especialidade e conta com a participação dos principais especialistas da área.
O Dr. Nilson e o Dr. Fabricio participaram como autores de capítulos, e o Dr. Fabricio também coordenou a Parte 3: Tratamento das Complicações em Estética Periocular.
Entre os dias 01 e 03 de março ocorreu o 41o SIMASP, congresso de Oftalmologia promovido pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP.
O Dr. Fabricio participou como Discutidor de casos apresentados no Pré-Congresso de Oculoplástica e Vias Lacrimais e como Apresentador de Caso Clínico na sessão Casos Desafiadores em Oculoplástica e Vias Lacrimais.
O Dr. Nilson ministrou a aula: “Tumor benigno da órbita mais frequente na criança”, incluída na sessão de Órbita.
O Janeiro Roxo alerta para uma doença há muito conhecida, citada em textos tão antigos quanto a Bíblia: a Hanseníase ou Lepra, como foi chamada durante séculos.
O Brasil registrou 31.568 mil pessoas em tratamento de Hanseníase em 2014, incluindo 24.612 novos casos. É o segundo país no mundo com maior incidência, só perdendo para a Índia. A doença é considerada praticamente extinta em países desenvolvidos, como a França.
E como toda doença, é democrática, não distinguido classe social, idade ou sexo.
A Hanseníase acomete principalmente nervos e a pele, causando formigamento, dormência, perda de pêlos e o surgimento de manchas brancas ou avermelhadas que não suam, doem e que apresentam insensibilidade a calor e frio. Entretanto, os olhos e as pálpebras também podem ser acometidos, com quadros de inflamação intra-ocular, inflamação da córnea, mau fechamento ocular, perda de cílios e de sobrancelhas e, em casos mais graves, até mesmo cegueira.
Esteja atento para esses sintomas e procure orientação médica. A Hanseníase tem cura.
Saiba mais em http://www.sbhansenologia.org.br/campanha/janeiro-roxo
Entre os dias 28 de novembro e 02 de dezembro ocorreu o Pré- Congresso e o Congresso de Oftalmologia da USP, no Hospital das Clínicas e no Centro de Convenções Rebouças.
O Dr. Fabricio Lopes da Fonseca participou como palestrante dos módulos de Plástica Ocular e Visão Subnormal.
O Dr. Nilson Lopes da Fonseca Júnior participou como palestrante dos módulos de Pronto-Socorro, Plástica Ocular e Lentes de Contato.
O congresso reuniu milhares de oftalmologistas de todo o Brasil, assim como pesquisadores internacionais, apresentando e discutindo os mais recentes avanços no diagnóstico e tratamento das doenças oftalmológicas.